Arcanos Menores: Os Cincos

Oposição, Luta e Conflito: guerra, obstáculo ao que se tem em mãos. Indica a ocorrência de sucesso e fracasso definitivos.

Publicado dia 14 de Novembro de 2015

 

Os arcanos menores de número 05 indicam que estamos em um processo de evasão e dificuldades no tempo presente.

Quando estudamos o arcanos de número 04, vimos situações que podemos resumir como energia estagnada.

Alcançamos um sucesso inicial nos arcanos de número 03, e achamos que seria para sempre, tanto que nos arcanos de número 04 nos agarramos a estas conquistas, não permitindo que mais nada aconteça ou mexa naquilo tão duramente conquistado.

Mas o Universo não é estático, e nada fica igual para sempre. E se não soubermos nos adaptar a isso, o Universo faz com que nos adaptemos, e os arcanos de número 05 trazem esta mensagem. Até os arcanos de número 04, nos enchemos de fatos, de bens, de ideias e/ou sentimentos, muitos deles supérfluos, que se tornaram um carga para o resto do caminho. Mas a “viseira” que os arcanos de número 04 nos põe impede que nos livremos do que não precisamos mais, e o excesso de carga faz com que não saiamos mais do lugar.

Os arcanos de número 05 fazem, então, uma depuração. Chegamos ao início da fase secundária, o caminho precisa ser seguido e, para isso, é necessário que nos livremos do que é supérfluo. É bom que façamos isso de livre e espontânea vontade, senão o Universo o fará por nós.

Estes arcanos nos trazem portanto, perdas e fracassos. Está na hora de ampliar os horizontes, arejarmos o ambiente, já que as limitações dos arcanos de número 04 nos colocaram viseiras, como foi dito acima. Mas uma coisa importante precisa ser dita sobre estes arcanos de número 05: as perdas e os fracassos não são totais, e sim parciais. Sempre resta algo para o futuro.

 

Cinco de Ouro:

Senhor das Dificuldades Materiais

 

No 4 de Ouros, os sucessos que o 3 trouxe nos fez apegados às nossas conquistas, às nossas realizações. Nos tornamos mesquinhos, monótonos, aborrecidos. Não ousamos mais, não brincamos mais, não nos arriscamos mais. Passamos a achar que nossa autoestima depende de nossas posses, sejam elas materiais, emocionais ou sociais. O 5 de Ouros chega então, para nos ensinar que nós não somos o que possuímos, e que devemos aprender a separar uma coisa da outra. E esse ensinamento vem através de perdas. O empresário sovina, que nunca mais investiu no seu negócio com medo de arriscar, agora o vê naufragar porque surgiram novas tecnologias, ou uma nova forma de tocar o negócio, que menosprezou para não arriscar seu rico dinheirinho. A esposa ciumenta e possessiva, que sufocava o marido e não permitia que este nem olhasse para os lados, agora o vê indo embora para morar com a colega de trabalho, que lhe dá mais liberdade e compreensão. O chefe agarrado ao cargo, que não dava oportunidade para ninguém, agora se vê com a demissão nas mãos, visto que acumulou uma quantidade de trabalho muito grande que não conseguiu dar conta, e nem fez seu sucessor, coisa que as empresas exigem dos seus executivos hoje em dia. Todos estes exemplos mostram que estas pessoas hipotéticas confundiram o Ter com o Ser. E o 5 de Ouros lhes trouxe uma lição, em forma de perdas, para que aprendessem a diferença.

No plano material do Cinco de Ouros encontram-se as carências do mundo tangível, que faz “doer em nossa alma”. Saúde debilitada, falta de vitalidade, perdas materiais, falta de conforto, rejeição num emprego ou em um determinado círculo social. Essas carências e dificuldades tangíveis mexem com nossos sentimentos e pensamentos, sentimos um grande desconforto. Vejo como um chamado para a mudança de parâmetros — cuidar melhor do corpo, dos relacionamentos, do trabalho. Aprender a ter mais segurança “interna” para efetuar as escolhas corretas no plano externo.

 

Cinco de Copas

Senhor da Perda do Prazer

 

Toda aquela idealização que fizemos do “outro” acabou caindo por terra no 4 de Copas, onde passamos a nos sentir traídos pela negação de nossas expectativas. O 5 de Copas chega quando, por nos sentirmos traídos, acabamos traindo também, o que nos traz remorsos. O empregado que murmurava contra a empresa, pois o cargo que assumiu não é o que esperava, foi pedir demissão ao chefe, que se confessou surpreso por esperar tanto dele. A esposa insatisfeita por seu marido não ser aquele “príncipe encantado”, acabou de ter um caso tórrido com o português da padaria, para depois cair em si e perceber que a “indiferença” do seu marido era porque estava trabalhando duro para lhe dar o melhor. O acúmulo de sentimentos negativos mantidos pelo 4 de Copas acabou, no 5 de Copas, por transbordar e revelar todo o seu mau cheiro, como num esgoto entupido. Mas algo ainda restará para o futuro (em grande parte dos baralhos de Tarô, o 5 de Copas é mostrado com quatro taças caídas e uma ainda de pé, revelando que algo ainda sobrou). Desta forma, os rompimentos não serão definitivos, e sim parciais, restando algo a ser trabalhado mais adiante.

No plano emocional do Cinco de Copas está o desafio aos nossos desejos. O que nos impede de seguir em frente é nossa reação às perdas. Pode ser algo sentimental, como o amor e traição, gerando mágoas e arrependimentos, recusas. Podem ser perdas grandes e pequenas, materiais, como dinheiro e relacionamentos ou oportunidades e esperanças. O desafio é superar a resistência à essas perdas, a resistência. E aceitar as mudanças. É difícil porque resistimos em nos separar do que queremos ou amamos. O ensinamento do Cinco de Copas é o da superação e aceitação dos novos caminhos que acontecerem a partir da mudança que a perda gerou.

 

Cinco de Espadas

Senhor da Derrota

 

Após a experiência traumatizante do 3 de Espadas, o 4 de Espadas nos leva a ficar “na fossa”, sarando nossas feridas e curtindo um pouco de solidão. Fugimos, então, das nossas responsabilidades — mas a questão que fez com que a ferida explodisse (3 de Espadas) ainda não está totalmente fechada, e está na hora de voltar e encarar este fato de frente. Não há mais como fugir, e é necessário encarar as próprias limitações e as próprias capacidades para sabermos o que é necessário fazer antes de seguir adiante. O 5 de Espadas nos traz este sentimento de limitação — é um chamado à consciência. Geralmente, implica numa situação onde assumimos mais do que podemos carregar, o que implicou numa ruptura (3 de Espadas), com a consequente convalescença (4 de Espadas), e agora estamos reavaliando nossas limitações e capacidades para sabermos até onde podemos ir.

No plano mental do Cinco de Espadas analisei como uma resistência muito pessoal, algo egoísta. Um embate entre o interesse próprio e os dos outros. É como se alguém colocasse os próprios interesses acima de tudo e isso o impedisse de caminhar em conjunto com os outros. Isso levaria a uma luta desleal, na qual poderiam ser usados todos os tipos de recursos para vencer. É ver tudo como uma batalha — o relacionamento, o trabalho, os estudos, querendo sempre ganhar. Acredito que seu ensinamento é a superação do “EU primeiro” e a aceitação de que nem sempre é possível ganhar. E também que, muitas vezes, para “ganharmos”, é necessário agir em conjunto e ampliar a visão do “EU” para aqueles que nos rodeiam.

 

Cinco de Paus

Senhor da Luta

 

Como sempre gosto de frisar, chegamos ao mais evolutivo dos naipes. Após gozarmos um pouco de tranquilidade e dos frutos de um trabalho bem feito (4 de Paus), chegou a hora de encararmos algumas dificuldades e desafios. É a empresa que passa a ter concorrentes; o trabalho que começa a ter grandes obstáculos; o namoro que começa a ter algumas chateações. Nesta hora, temos de lutar e enfrentar estes obstáculos, pois eles tendem a ser de curta duração e quando superados as coisas tendem a melhorar no futuro, apesar de nada parecer dar certo à curto prazo. Mas somente com labuta e esforço conseguiremos passar por esta fase de turbulência, e deve-se investir nisso porque o que almejamos é correto.

No plano espiritual do Cinco de Paus, vejo obstáculos no que se refere ao ânimo, à vontade. Pequenos obstáculos que nos aborrece e nos desviam de nosso percurso, exigindo paciência e tranquilidade de espírito para a superação. Como um tropeço na rua, o carro que não funciona, ou uma briga por alguma bobagem. A chave aqui é a superação do aborrecimento, que na maioria das vezes é maior que o problema em si. Também significa competição, jogos. Pode ser competição no trabalho, algo relacionado aos esportes ou disputas amorosas. Aqui também se refere ao desafio do ânimo, de como nos portamos nessa “competição”. São necessárias paciência e cooperação, principalmente no que se refere ao plano sentimental.

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Fontes e Referências

 

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