Arcanos Menores: Os três

O principal símbolo de cada carta: Ação positivamente iniciada, seja para o bem ou para o mal.

Publicado em 13 de Novembro de 2015

 

Dando prosseguimento à nossa viagem filosófica pelos arcanos numerados, entremos agora nos arcanos de número 03.

Se os arcanos de número 2 falavam de oposição ao princípio (Ases), agora temos o equilíbrio do princípio. Toda força primordial (Ases) provoca algum tipo de reação (Dois), desequilibrando-a e trazendo obstáculos e confrontos. E o resultado desta reação equilibra a força primordial, criando uma terceira força que é resultado dos confrontos e dos obstáculos anteriores. Desta forma, podemos ver os arcanos de número 03 como a estabilização e o amadurecimento da força primordial e bruta dos Ases, que teve de fazer acordos e se adaptar ao meio (arcanos de número 02) para depois novamente surgir apoiada na estabilidade entre princípios opostos.

Vemos bem isso quando estudamos Cabala. Aqui vemos que toda Sefirah não pode ser vista isoladamente, mas sim sempre em relação à outra, que lhe contrabalança e lhe complementa. O resultado deste choque sempre dá uma terceira Sefirah como resultado, que é justamente o equilíbrio entre as duas anteriores.

Num exemplo prático, digamos que o indivíduo tenha a oportunidade de comprar uma casa, pois tem recursos suficientes para pelo menos financiá-la, pagando a entrada (Ás de Ouros). Ele terá de cumprir uma maratona em busca de documentos, certidões negativas, comprovantes de rendimentos e declarações, além do imóvel em questão ter de passar por uma avaliação pelo banco financiador (2 de Ouros). O resultado (3 de Ouros) será que o financiamento sairá, mas com quase certeza não será do jeito nem no prazo que ele imaginou no começo, pois o período da maratona ajustou a força primordial, trazendo-lhe algumas mudanças (um prazo de pagamento mais longo/curto; maior desembolso na entrada; documentos complementares que tiveram de ser tirados, a escolha de um outro imóvel mais adequado à sua capacidade de pagamento, etc.). De qualquer maneira, o financiamento sairá e ele conseguirá o imóvel , indo morar nele (3 de Ouros — a estabilidade). Portanto, os arcanos de número 03 sempre são o equilíbrio entre a força primordial (Ás) e a oposição (Dois) que lhe faz frente, que lhe comensura e a faz surgir de uma maneira modificada.

Porém, sempre devemos nos acautelar para o aspecto embriagante dos arcanos de número 03, seja para o bem ou para o mal: é o negócio que começa a dar certo; o casamento que se consuma; a ideia que naufraga, parecendo que não tem mais jeito. Não podemos nos esquecer que aqui ainda estamos no começo e temos muito caminho pela frente, pois o 3 ainda não é a recompensa final, mas apenas um estágio inicial aonde acontecem sucessos/perdas.

 

Três de Ouros:

Senhor dos Trabalhos Materiais

 

O 2 de Ouros trouxe uma série de obstáculos ao nosso caminho, conforme descrito anteriormente (orçamentos, datas, etc.). Malgrado isso, continuamos caminhando até a solução destes problemas e a chegada da estabilidade. Portanto, o 3 de Ouros reporta-nos a aquela fase de sucessos iniciais após os impasses e obstáculos. Temos aqui a loja que começou a vender e a dar lucro; o estudante que arrumou seu primeiro emprego na sua própria área de atuação; o livro que começa a vender; a equipe que começa a progredir após baterem cabeças e egos no começo. O 3 de Ouros sempre sugere crescimento e realização, e sugere quase sempre esforços coordenados e contratos. É uma carta muito comum de sair sempre que papéis e contratos estão envolvidos ou são necessários, pois sugere que após o impasse trazido pelo 2, chegou a hora de sentar, assinar os papéis e apertarem as mãos.

 

Três de Espadas:

Senhor do Infortúnio

 

O 2 de Espadas, “surfando” na energia do seu Ás, tenta implementar novas ideias e conceitos, sem muito se preocupar com quem está à volta. Mas à volta está um fervilhar de oposição e mal-entendidos ao que estamos querendo. Quando a panela de pressão estoura, o 3 de Espadas chegou. É um arcano de rompimentos, brigas e abandono de ideias. O indivíduo ficou alheio ao conflito e à oposição que fervilhava em volta, deixou a coisa fermentar, e a ferida estourou. De qualquer maneira, foi um estouro necessário, já que a tumor tinha de ser lancetado e as coisas colocadas às claras, pena que foi deste jeito.

 

Três de Copas:

Senhor da Abundância

 

O 2 de Copas nos trouxe o objeto do amor, o outro. O 3 nos traz a consumação, a realização emocional — é o casamento que se realiza, a criança que nasce, o emprego que aparece após uma entrevista promissora. É a carta do sonho realizado, e nos remete aos píncaros da felicidade e da união com o outro que o 2 nos trouxe.

 

Três de Paus:

Senhor da Força Estabelecida

 

Entramos agora no mais evolutivo dos naipes — Paus. Enfrentamos todo o impasse e oposição ao nosso impulso criador com sabedoria, sempre confiantes e serenos (2 de Paus), e agora chegamos a um ponto onde isso foi vencido e trabalhado, e colocamos as bases para um futuro promissor (3 de Paus). Estamos otimistas e confiantes, sabemos coordenar nossos planos com os outros através de acordos e intercâmbios. Tudo isto nos dá uma visão clara do horizonte.

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Fontes e Referências

 

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