Dossiê Arcanos Maiores #4: A Imperatriz

Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanidade?

Publicado em 20 de Outubro de 2019

 

A aproximadamente dois anos, publiquei toda a descrição de cada uma das 78 cartas do tarô clássico. De lá para cá, muitas experiências e conversas depois, esse conhecimento se expandiu, e agora vou publicar todo esse aprendizado atualizado.

O mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que Cristo predomina. Nada tenho contra o Cristo, apenas contra os seus sacerdotes, que chamam a Grande Deusa de Demônio e negam o seu poder no mundo. Alegam que, no máximo, esse seu poder foi o de Satã. Ou vestem-na com o manto azul da Senhora de Nazaré — realmente poderosa, ao seu modo -, que, dizem, foi sempre virgem. Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanidade?

 

A aproximadamente dois anos, publiquei aqui no site, toda a descrição de cada uma das 78 cartas do tarô clássico. De lá para cá, muitas experiências e conversas depois, esse conhecimento se expandiu, e agora vou publicar todo esse aprendizado atualizado.

 

Algum tempo atrás postei um texto sobre as diferenças entre a Sacerdotisa e a Imperatriz no Tarô (https://trilhas.diogenesjunior.com.br/os-arqu%C3%A9tipos-femininos-da-sacerdotisa-e-imperatriz-no-tar%C3%B4-9ac0d70fce37) além, é claro, do último post sobre o Dossiê Arcanos Maiores que foi justamente sobre a Sacerdotisa https://trilhas.diogenesjunior.com.br/dossi%C3%AA-arcanos-maiores-3-a-sacerdotisa-bed7eae529f8, dessa vez vamos nos aprofundar na minha relação com a Imperatriz nos últimos anos.

 

Essas duas cartas (a Sacerdotisa e a Imperatriz) juntas, representam todo o espectro do arquétipo ou símbolo do feminino. Se a Sacerdotisa, como o próprio nome sugere, é um aspecto sobre os mistérios femininos interiores, na Imperatriz é onde veremos os mistérios exteriores. E quando eu digo exteriores não quero só dizer “exterior” no literal, como o corpo, mas em um sentido humano, assim como os cinco sentidos exteriores: o olhar, o toque, o cheiro, o ouvir e o paladar, assim como a psique humana, seja a mente da mulher, seja o aspecto da anima na psique masculina.

Atriz, líder, comunitária, patrona das artes ou dos artistas — esposa, mãe, amante ou psicóloga, ela incita outros à ação e à auto compreensão. A chave do seu poder é a ativa inspiração e o amor

Se olharmos para a mitologia, para os contos de fadas ou para uma analogia simbólica, conseguimos distinguir o aspecto feminino da Sacerdotisa e da Imperatriz imaginando a Sacerdotisa como a mulher sagrada, virgem, pura, intocável, a mulher santa, sagrada que nenhum homem deve ou pode tocar. Já a Imperatriz é a mulher amada, desejada no sentido carnal, a mulher que tem beleza física, sensual, a enamorada, a esposa amada, a mãe, a filha, a irmã, a mulher que os homens querem casar-se, a mulher grávida, a mulher que deve ser resgatada. Não podemos é claro, fazer um olhar “cristianizado” imaginando que apenas por ser uma mulher desejada, podemos então considerá-la como algo do “pecado” ou impuro. Mesmo assim alguns ainda irão dizer que Maria (a virgem, mãe de Jesus Cristo) seria a Sacerdotisa, enquanto Eva a mulher de Adão, e a que primeiro caiu em tentação como a Imperatriz.

Quando tive meu primeiro contato com o Tarô, e em muitos lugares na internet até hoje, é comum encontrar referências sobre a Imperatriz apenas com uma mensagem ou interpretação de “fertilidade” indicando crescimento, plantar ou nutrir algo, uma confirmação de gravidez ou algo que a pessoa terá que cuidar e aperfeiçoar, criar com o tempo. Essa interpretação não é de toda errada, mas sem dúvida incompleta, seria como dizer que alguém por ser brasileiro se resume a feijoada, samba e futebol, que por mais que seja cultural não faz parte do contexto da maioria dos brasileiros (ou pelo menos da preferência).

A Imperatriz em uma primeira camada, eu vejo como um poder sobre o reino das sensações, logo, o toque, o cheiro, o olhar, o som, qual a sensação que algo tem, qual o comportamento que algo tem? Se não me agrada de alguma forma, como eu corrijo ou mudo isso? Se eu quero que fique mais agradável, como eu atuo sobre isso? Coisas desse tipo. Quando dizemos que um aspecto de cuidado ou nutrição existe, não é apenas o meio por si só, é sim o fim, quando uma mãe educa um filho ela não o faz pela simples razão do meio, e sim porque deseja que esse filho cresça bem forte e capaz.

A imagem da sensualidade ou fertilidade é natural, já que algo que tem boa aparência, boa fragrância, etc. vestida em uma imagem feminina acaba trazendo essa imagem à tona, mas não com o objetivo de construir algo “erótico”, mas, sim na beleza sobre a harmonia e do equilíbrio, não atoa, esse arcano é o número 3, um número extremamente ligado entre a unidade do corpo e espírito (o 1 e o 2).

 

Representações da Imperatriz não raro, terão os seios a mostra, uma representação da fertilidade, da humanidade, “a Mulher que nutre”, “a partir d’Ela é que a vida acontece e cresce”.

 

Visto que tanto a Sacerdotisa quanto a Imperatriz incorporam o princípio feminino, elas presidem conjuntamente aos quatro mistérios femininos: formação, preservação, nutrição e transformação. Mas cada qual enfatiza aspectos diferentes, como se pode ver observando os retratos das duas irmãs.

O poder sagrado do feminino, particularmente é expresso na sua forma mais poderosa na Imperatriz do que na Sacerdotisa. Enquanto a Sacerdotisa cumpre um papel dentro do templo, o poder sagrado feminino na Imperatriz é algo que está dentro dela. Na escultura Vierge Ouvrante, do século XV, vemos essa representação. Por fora apenas uma mulher com o seu filho, mas é a partir daí que surgem os reinos e poderes da Terra. Ao olhar em seu interior temos o sagrado que se manifesta apenas e através dela:

 

 

 

 

 

 

A Anima

Anima é a personificação de todas as tendências psicológicas femininas na psique do homem — os humores e sentimentos instáveis, as instituições proféticas, a receptividade ao irracional, a capacidade de amar, a sensibilidade à natureza e, por fim, mas não menos importante, o relacionamento com o inconsciente. A anima assim como a Sombra, pode ter dois aspectos: o maléfico (negativo) e o benévolo.

Um ponto importante é que quando digo “arquétipo feminino”, não estou querendo dizer que apenas o lado da mente feminina (mulher) que pode ser analisada, e sim que, todos, seja uma mulher ou um homem temos esse arquétipo feminino:

Talvez mais sábio fosse, desde o início do estudo, dizer que estamos falando da feminilidade onde quer que ela se encontre: seja no homem, seja na mulher. Jung, em um de seus mais profundos insights, mostrou que, como geneticamente todos os homens têm cromossomos e hormônios recessivos femininos, eles apresentam um conjunto de características psicológicas femininas, elementos que neles são minoritários. Da mesma forma, as mulheres têm um componente masculino minoritário em seu interior. Jung chamou de anima a faceta feminina do homem e de animus, a masculina da mulher… Estamos falando não somente da mulher, mas também da anima do homem, ou seja, sua face feminina. Pode ser mais óbvio associá-la à mulher, já que a feminilidade é sua principal característica psicológica, mas existe também um paralelo com o aspecto interior feminino existente no homem, a anima.

Nas suas manifestações individuais, o caráter da anima de um homem é, em geral, determinado por sua mãe;

Se o homem sente que a mãe teve sobre ele uma influência negativa, sua anima vai expressar-se, muitas vezes, de maneira irritada, depressiva, incerta, insegura e suscetível. No entanto, se ele for capaz de dominar essas investidas de cunho negativo, elas poderão, ao contrário, servir para fortalecer-lhe a masculinidade.

No interior da alma desse tipo de homem a figura negativa da mãe-anima repetirá incessantemente o mesmo tema: “Não sou nada. Nada tem sentido. Com todas as outras é diferente, mas comigo… Nada me dá prazer”. Esses humores da anima provocam uma espécie de apatia, um medo de doenças, de impotência ou acidentes (ou simplesmente que tudo dará errado).

Um dia um caçador solitário vê uma linda mulher surgir da densa floresta, do outro lado do rio. Ela acena para ele e canta:

“Oh, vem solitário caçador no silêncio do crepúsculo,

Vem, vem! Sinto tua falta, sinto tua falta!

Agora, vou te abraçar, abraçar!

Vem, vem! Meu ninho está próximo, meu ninho está próximo.

Vem caçador solitário, vem agora no silêncio do crepúsculo”.

O caçador se despe e atravessa o rio a nado, mas de repente a mulher transforma-se numa coruja e foge, rindo e caçoando dele. Ao nadar de volta para buscar suas roupas, ele se afoga no rio gelado.

Neste conto, a anima simboliza um sonho irreal de amor, de felicidade e de calor materno (o ninho) — um sonho que afasta o homem da realidade. O caçador se afoga porque perseguiu um desejo fantasioso, que não podia realizar.

 

Imagem de Peter Birkhäuser: Uma anima com quatro olhos surge numa visão opressiva e aterradora. Aspecto esse, que pode ser vivenciado quando a Anima surge de forma não amadurecida ou não compreendida, vivenciada pelo indivíduo: pessoas com dificuldades de relacionamento, problemas de autoestima, amor possessivo, ciúmes e personalidade controladora, dominadora.

 

Parvati e Kali

Uma confusão que não podemos fazer, é achar que a Imperatriz é uma “mocinha”. Como qualquer arquétipo tem seus lados de luz e sombra, por exemplo, se analisarmos a história Hindu de Shiva e Parvati, nos mostra como a Imperatriz pode se transformar em um ser cruel:

A Imperatriz quando tratada como a “a mãe terrena”, devemos ter a atenção do lado “obscuro” que tal representação trás nas sombras. Já que as vezes a cria, ou o “esposo” é um tesouro dela e só dela. Por vezes, pintam-na como dragão, que guarda o tesouro indispensável, a “pérola de grande preço”. Nessa qualidade, representa o aspecto devorador.

A deusa hindu Kali, era na verdade, a deusa Parvati, descrita como doce, benigna e cuidadosa, mas quando Shiva (seu esposo) foi morto durante o combate com um demônio, ela se transformou em Kali-ma para vingá-lo;

A Imagem abaixo mostra imagem da deusa Mata Parvati, a manifestação benigna da deusa, uma mãe cuidadosa, amorosa e benigna:

 

Já essa abaixo é a mesma deusa, porém na manifestação de Kali-ma, sob o corpo do marido Shiva morto. Ela segura nas mãos, e em volta da cintura, as cabeças dos assassinos. A língua para fora, conta a lenda que era porque ela bebia o sangue do corpo, após cortar a cabeça do inimigo.

 

Outra representação da imagem de Kali-ma, muitas vezes retratada com um Leão próximo a ela, indicando a força, ou a violência de sua vingança:

 

O aspecto devorador da deusa torna-se aparente toda a vez que a mulher negligencia o seu verdadeiro reino, que é o relacionamento, e se torna faminta por poder, vingança ou ódio.

 

Uma representa da fúria da vingança feminina sob o arquétipo de Kali (por mais “feia” que seja essa produção de vídeo indiana, o foco aqui é apenas a análise do arquétipo)

 

A força e o domínio da Imperatriz está sobre as circunstâncias humanas, ligadas a família próxima, lar, ou qualquer coisa que é o objeto de amor e cuidado, e esse “algo” é atacado ou roubado por algum fator ou pessoa.

Às vezes, a transição da primeira para a segunda é tão gradual que só pode ser observada retrospectivamente, de modo que a mulher que cai vítima do próprio anseio de poder talvez se afaste do seu eu mais profundo sem compreender o que aconteceu.

 

Representações de Imperatriz em diferentes Tarôs

Uma proposta comum que pode ser encontrada na internet, é que a Imperatriz seria a soma das quatro rainhas dos Arcanos Menores (Rainha de Paus, Rainha de Ouros, Rainha de Copas e Rainha de Espadas). Entretanto quando observamos a definição da palavra Imperatriz, vemos que não é uma questão de soma, mas sim de hierarquia, onde a Imperatriz governa sobre as quatro, ou seja, ela está acima de reis. Também é comum uma mensagem de que ela, a Imperatriz, seria a esposa do Imperador, mas isso é impossível que ocorra, já que só pode haver um único “imperador” seja ele ou ela:

Imperador (do Latim imperatore, literalmente, “alguém que se prepara contra”) é a designação dada aos soberanos de algumas nações. Aquele que rege um império. O feminino de imperador é imperatriz. Imperadores são, geralmente, vistos como superiores aos reis em honraria. Seu posto pode ser obtido por hereditariedade, ou pela força. Além disso, pode ser um posto conferido por eleição de outros soberanos, como no caso do Sacro Império Romano Germânico. No caso de haver uma imperatriz regente, seu marido não recebe título de imperador, sendo chamado simplesmente de consorte.

Dessa forma podemos propor que haja uma escolha de quem será o governante da questão, o Imperador com uma força masculina de expansão, ou a Imperatriz com uma força feminina de restrição. Não existe uma resposta correta, tudo depende do objetivo e momento da questão.

Na imagem abaixo uma montagem onde se propõe “somar” as quatro rainhas dos Arcanos menores, veja que não se parece em nada com a Imperatriz.

 

 

Abaixo a representação clássica de Rider Waite da Imperatriz. Diferente do Tarô de Marselha, nessa representação, a Imperatriz parece estar grávida, símbolo máximo da fertilidade e do poder feminino de poder gerar a vida. O Escudo com o símbolo de Vênus, reforça a ideia sobre a esfera da beleza, do carnal, do humano a qual ela defende, (a sua própria natureza é a sua maior defesa.

 

Já no Tarô de Marselha, o escudo ao invés do símbolo de vénus, temos uma águia com as asas apontadas para cima. E aqui temos a postura que citamos no começo do texto, onde a personagem abraça o escudo, representando o aspecto do cuidado, do “estar de braços abertos”.

 

Se fizermos um contraponto com o Imperador, perceba que o escudo está agora no chão sendo apoiado pelo pé do personagem. E a águia está com as asas apontadas para baixo. Talvez, o Imperador ligado mais a um cuidado estritamente ligado a coisas terrenas humanas, e a Imperatriz por mais que governe poderes humanos, ainda tem uma inspiração superior espiritual para fazer o que faz, incluindo até mesmo, agir dessa maneira de forma inconsciente.

 

No tarô de Marselha também, temos que observar que se unirmos as duas cartas, parece que a Imperatriz e o Imperador estão um virado para o outro como se se olhassem, mostrando uma necessidade da “união” desses dois poderes. Mas como citado nesse texto, não pode haver dois regentes do Império, um deles irá prevalecer. Imagino então que esse olhar entre eles não seja apenas um olhar apaixonado como costumam dizer, mas sim um olhar de estudo, um querendo saber como vencer o outro, a Imperatriz com o poder do amor, e o Imperador, o amor pelo poder:

 

 

No “New Vision Tarot”, que se propõe explorar diferentes ângulos de cada um dos Arcanos, a Imperatriz é mostrada de costas, onde vemos o que tem por trás do trono. Temos um casal de crianças e um cisne, reforçando o aspecto da fertilidade e criação, nutrição de pessoas ou coisas. O cisne não está aqui à toa, já que na alquimia o cisne representa o progenitor que se auto sacrifica para o sustento das crias:

 

 

No “Tarô das Deusas”, a Imperatriz é chamada de Fertilidade, representada pela deusa Estsanatlehi (a mulher que muda):

 

Conhecida como “A que se Renova”, “Mulher Mutante” ou “Mulher que Muda”, Estsanatlehi (pronuncia-se Êstisanatlêrí), é a Deusa celeste dos povos Navajo e Apache. Ela é a mais abençoada, reverenciada e benevolente pessoa sagrada de seu povo, Deusa da terra, Estsanatlehi simboliza cada mudança em cada planta que cresce, morre e nasce novamente, todos os anos, é dela também as bênçãos das estações e dos alimentos. Estsanatlehi, a Mulher que Muda, também é a senhora do Caminho da Bênção (Hózhó jí), um grupo especial de rituais Navajos, um caminho espiritual que busca esperança e boa sorte aos seus participantes.

Suas canções e cerimônias são usadas em casamentos, rituais de nascimentos e muitas outras ocasiões felizes na vida Navajo. Cada ritual dura muitos dias e inclui canções, rezas e banhos cerimoniais com a planta yucca ou cactos com flores primaveris trituradas, fubá e pólen espalhado sobre a terra para abençoá-lo e trazer boa sorte. Identificada com o processo da vida em movimento, ela é também uma Deusa Tríplice. Na Primavera era considerada uma mulher jovem. No Outono aparecia como uma mulher anciã em seu declínio, mas sem nunca morrer, tal como a terra, que nunca morre definitivamente. Há também referências da Deusa com os momentos do dia onde, de manhã ela representa a juventude (primavera), ao meio-dia é a adolescência (verão), de tarde, é a idade adulta (outono) e de noite chega a velhice (inverno). Ela envelhece, mas rejuvenesce novamente, por isso seu nome significa “Mulher que Muda”.

Estsanatlehi se identifica com a beleza dinâmica, que figura como um eterno símbolo de esperança para o povo Navajo. Ela é também a Deusa dos ciclos da lua, das mulheres, dos ciclos, ela passa por um fluxo interminável de vidas, sempre mudando, mas nunca morrendo. É o poder total da criação. A Mulher que Muda é a magia das estações da vida e toda a sabedoria que vem de percorrer o caminho da beleza.

Os Apaches chamam a Deusa da Terra por este nome porque ela nunca envelheceu. Quando ela começa a envelhecer, ela simplesmente caminha em direção ao Leste até sua forma se tornar jovem novamente e assim renovada, retorna a sua casa.

Os rituais navajos organizam-se em torno do culto ao Sol. Em razão da ideia navajo de concepção, a crença de que esta é devida a uma união da luz (calor) com a água (sêmen, umidade), o Sol como símbolo de luz, calor e quentura, domina de certa maneira todos os outros espíritos e deidades. Uma vez que todas as coisas aparecem aos pares — onde um domina e outro é dominado, um é mais forte e outro mais fraco — Mulher que Muda é o equilibrador do par. Seu poder talvez seja tão grande quanto o do Sol, mas qualitativamente diferente.

Assim, o Sol e a Mulher que Muda formam o eixo central em torno do qual orbitam todos os outros poderes e seres. São a fonte fundamental de saúde e harmonia, têm o poder de fortalecer e rejuvenescer. Mulher que Muda e o Sol ligam-se também cada qual a um ser sobrenatural mais fraco, do mesmo sexo, que complementa ou amplia sua natureza: a Lua (Kléhanoi) é o irmão mais fraco do sol, e a Mulher Cocha Branca (Yolkáiestan) a irmã mais fraca da Mulher que Muda.

Os Navajos viveram séculos na área de Four Corners (Quatro Cantos), nos estados do Arizona, Utah, Novo México e Colorado. Por este motivo, a casa da Mulher que Muda é cercada por 4 montanhas, cada uma está em um ponto cardeal (norte, sul, leste e oeste) que também são as fronteiras do povo Navajo. Dançando em cima de cada uma por vez, Estsanatlehi criou as nuvens da montanha leste e os belos tecidos e joias da montanha sul. Sua dança sobre a montanha oeste criou plantas de todos os tipos enquanto a dança no norte criou o milho e os animais.

 

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Fontes e Referências

“A Senhora da Magia — As Brumas de Avalon” de Marion Zimmer Bradley;

Logos, Eros, Anima e Animus — Abordagem espiritual Trilhas no Universo https://www.trilhasnouniverso.com.br/logos-eros-anima-e-animus/

A Sombra — Trilhas no Universo https://www.trilhasnouniverso.com.br/a-sombra/

She — A Chave do Entendimento da Psicologia Feminina (Johnson, Robert A.);

JUNG — Psicologia e Alquimia;

Marie Louise Von Franz — Alquimia: Introdução ao Simbolismo;

Estsanatlehi, a mulher que muda. Dez mil nomes https://dezmilnomes.wordpress.com/2017/04/26/estsanatlehi-a-mulher-que-muda/

Obrigado Ingrid Pereira e Val Felix pela revisão do texto.

 

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