Dossiê Arcanos Maiores #7: Os Enamorados

É assim, pois! São os pequenos enigmas o perigo dos mais felizes!

Publicado em 02 de Novembro de 2020

 

A aproximadamente dois anos, publiquei toda a descrição de cada uma das 78 cartas do tarô clássico. De lá para cá, muitas experiências e conversas depois, esse conhecimento se expandiu, e agora vou publicar todo esse aprendizado atualizado.

 

uando eu comecei a estudar a Tarô e vi pela primeira vez a carta dos Enamorados, logo imaginei por causa do nome e ilustração, que se tratava de uma carta relacionada a interesses românticos ou assuntos sobre relacionamentos, “sorte no amor” por assim dizer. E não é raro pessoas olharem para essa carta e terem uma ideia parecida, afinal o nome “Enamorados” ou na versão em inglês “The Lovers” é bastante sugestivo ao assunto. Porém depois de alguma pesquisa, concluímos rápido que a carta nos conta uma história diferente do que aparenta a primeira vista, representando dilemas humanos tão naturais da nossa experiência como humanidade como talvez nenhuma outra carta o faz. Nesse texto vamos nos aprofundar nessa narrativa e nesse dilema que o personagem central nos convida a desvendar (ou pelo menos debater).

 

Na carta anterior do Papa, temos na base da figura dois personagens (dois padres) que se apresentam diante do Papa afim de conseguirem um conselho ou ajuda. O dilema dos padres, é algo sagrado ou espiritual, talvez até filosófico, algo como “somos pessoas boas?”, “conseguiremos a salvação?” ou coisas desse tipo, que apesar de bonito, não é tão prático no dia a dia para enfrentar os problemas diários de um homem comum. Já na carta dos Enamorados, temos o personagem central como um simples homem comum e um dilema, e dessa vez, sem a ajuda de uma figura mágica, poderosa ou espiritual, ele precisa resolver sozinho a situação. Pessoas mais familiarizadas com o Tarô de Rider Waite podem não estar entendendo o que estou querendo dizer, já que nesse baralho não temos uma figura comum centralizada, mas essa descrição que fiz é mais baseada no Tarô clássico de Marselha, e por mais que pareçam cartas bem distintas na ilustração, a sabedoria dentro da mensagem, fazem elas ficarem incrivelmente parecidas:

 

Acima podemos comparar as duas versões, à esquerda “Os Enamorados” em uma das versões do Tarô de Marselha, e a direita, a carta dos Enamorados (The Lovers) do Tarô de Rider Waite. A primeira vista as ilustrações parecem muito diferentes (e realmente são), mas ambas contam a mesma história através de símbolos diferentes, vejamos:

 

Eros representa um caminho natural para onde o personagem irá seguir, isso porque o “racional” muitas vezes vai preferir o caminho mais fácil, confortável e seguro, mas o inconsciente vai na direção do “certo” a se fazer, que muitas vezes será desconfortável, fora da zona de conforto etc. Uma analogia válida, seria a do jovem que é quase adulto, mas vive ainda preso a mãe que a sustenta e cuida (o racional). Já a outra mulher seria a mulher apaixonada que o leva a sair da casa do seio materno para viver responsabilidades a dois como um adulto, onde ele terá que prover e cuidar de outros ao invés de estar seguro debaixo das asas da mãe. Por mais que seja muito mais fácil a segurança e conforto que a mãe oferece, o caminho natural é o jovem seguir sua própria vida nos desafios da maturidade e da vida adulta.

Sallie Nichols no livro Jung e o Tarô também tem essa percepção:

Sendo esse o caso, convido o leitor a parar de ler neste ponto e escrever um enredo descrevendo o que vê ocorrer nesta carta. Quem são essas duas mulheres? Como se sente o Enamorado em relação a cada uma delas? Fugirá com uma das duas? Se assim for, viverá feliz para sempre — ou a sua vida se transformará num inferno? […] A mulher à nossa esquerda (a mulher de “chapéu”) afigurou-se-me, à primeira vista, uma figura de mãe, porque me pareceu mais velha e mais imponente do que a loira. Pode ser ou pode não ser a mãe literal do rapaz; mas, de qualquer maneira, representa um tipo maternal, alguém que oferece ao ego dele, ainda tenro e jovem, apoio, proteção e sustento. Uma vez que a retratam como tendo algum domínio sobre ele, é provável que os seus cuidados sejam excessivamente super protetores e um tanto ou quanto restritivos e exigentes, tendentes a mantê-lo num padrão infantil, oferecendo-lhe pouco espaço para expandir-se e crescer. Ela tem o potencial de uma rainha gloriosa mas também a sombra sinistra de uma infame feiticeira.

Na jovem loira, cujos cabelos são tão parecidos com os deles, vi o seu equivalente feminino, sua anima ou imagem da alma. O fato de parecerem o moço e a moça ter cabelos semelhantes indica que eles, inconscientemente, tem um relacionamento. Ela pode ser uma princesa ou uma prostituta, nobre e inspiradora ou petulante ou exigente. A serviço do eu mais profundo da jovem ele talvez escalasse as alturas mas, como escravo da sua vaidade talvez perdesse a vida.

Outra analogia seria a de que o jovem está em triângulo amoroso onde ele precisa escolher entre duas mulheres. Uma delas (a que seus olhos se direcionam) é aquela que racionalmente faz mais sentido para ele, não por que a ama, mas por que para aos olhos da sociedade seria a melhor escolha a fazer, como um troféu ou influência, mostrar para outros que ele está dentro dos padrões. Já a mulher que o seu corpo se direciona é o tipo de mulher a qual ele realmente ama e se sente atraído, mas que talvez, a sociedade ou circulo próximo não acharia tão interessante. Seria como por exemplo um jovem religioso cristão, que para aceitação dos seus, flerta com uma outra jovem cristã, reconhecida publicamente por ser “santa”, mas que não tem dotes de beleza que ele gosta. Do outro lado, o seu corpo natural, o seu instinto, se atrai e ama outra jovem, que é mundana sem religião, mas é bela e atraente a qual ele realmente deseja, mas não a escolhe por ser contra os dogmas da religião. Ele (racionalmente) até pode escolher a jovem cristã, mas sempre será abalado, tentado e no intimo, ardendo de desejo pela jovem que realmente o atrai (sexualmente).

Em ambas as analogias, o jovem tem um dilema, uma escolha a fazer, e uma escolha naturalmente humana. O primeiro exemplo que vimos, o do jovem que reflete sobre o conforto do lar materno contra as responsabilidades de ser um homem e ir viver sua própria vida, é o que nos conta a história bíblica de Adão e Eva.

Quanto Adão e Eva vivam no Jardim do Éden, eles não se preocupavam com alimentação, trabalho, segurança etc., tudo era provido por Deus. Isso é uma referência ao seio familiar, por que a criança não precisa se preocupar com nada, por que os pais vão lhe prover tudo. Adão e Eva tinham que obedecer apenas uma regra: não comer do fruto do conhecimento do bem e do mal. Quando Eva comeu do fruto e ofereceu para Adão também o comer, ambos perceberam que estavam nus e foram expulsos do jardim, e a partir dai, tiveram que trabalhar para ter o alimento a segurança, etc. Esse momento representa quando a criança perde a inocência e começa a querer andar com as próprias pernas, ela sai do jardim (a casa dos pais) e agora a criança que não é mais uma criança, precisa batalhar para conseguir o sustento. E é aqui que a carta do tarô de Rider Waite faz sentido:

 

A serpente na história, não é um fator externo que deve levar a culpa do feito. A serpente representa a ambição de Eva, ou então, a humanidade de Eva, que falou consigo mesma com seus próprios sentimentos e desejos. O Fogo atrás de Adão representa o poder natural do fogo em consumir: se você por fogo em uma pilha de lenha, o fogo não “pensa” o que deve fazer ou o porque, se a lenha merece ou não ser queimada, ele apenas queima, por que é isso que ele faz, enquanto houver vida nele.

É comum na ótica cristã, propor a ideia de que Adão e Eva pecaram por que se afastaram de Deus, que a serpente era o Diabo, e que a história de Adão e Eva aconteceu no literal. Mas a narrativa bíblica é uma analogia ao amadurecimento natural do homem que quando é inocente vive no jardim construído pelo pais, mas em algum momento seja pela ambição, ou pelo amadurecimento natural do corpo, esse individuo irá querer comer do fruto do conhecimento (a perca da inocência), terá conhecimento sobre seu corpo (a maturidade sexual) e irá deixar o jardim para viver sua própria vida.

Percebam que apesar das ilustrações serem diferentes, o dilema está posto da mesma forma: enquanto no tarô de Marselha estamos vendo o personagem em um dilema sobre escolher a mãe ou a jovem amada (ou sexualmente desejada), no tarô de Rider Waite o dilema é se continuam no Jardim do Éden ou se vão despertar para viverem a própria vida com todos os desafios implícitos nisso. Em ambos os casos, o caminho natural é a independência, a maturidade, o desprendimento do seio materno ou do mais confortável.

E temos que comentar sobre a palavra “dilema”: o que seria mais humano do que o dilema?

Analisemos a definição da palavra “dilema”:

1: raciocínio que parte de premissas contraditórias e mutuamente excludentes, mas que paradoxalmente terminam por fundamentar uma mesma conclusão [Em um dilema, ocorre a necessidade de uma escolha entre alternativas opostas A e B, que resultará em uma conclusão ou consequência C, que deriva necessariamente tanto de A quanto de B.].

2: necessidade de escolher entre duas saídas contraditórias e igualmente insatisfatórias.

Me chama a atenção o trecho “saídas igualmente insatisfatórias”, por que se escolhemos B, perderemos algo que A nos oferece, mas se escolhermos A, perderemos o que B nos oferece, sempre parece que apesar de ganharmos algo, também estamos ao mesmo tempo abrindo mão de algo que também almejamos. Bom seria poder ficar com A e B ao mesmo tempo, mas a vida sempre nos leva a apenas um caminho, já que A e B muitas vezes não podem coexistir juntos.

Principalmente para nós (humanos) que conhecemos as artes do ocultismo e do esoterismo, sabemos bem como o nosso Ego (Self) influencia os nossos desejos e escolhas:

Se você deseja uma coisa, você precisa reconhecer que esse desejo não é compartilhado por todos os aspectos da sua identidade, e que muitas das suas personalidades tendem a discordar. Se você deseja dinheiro, por exemplo, partes de sua mente estarão ansiosas por realização, enquanto outras expressarão objeções ou tentarão controlar a operação.

Isso não é só “eu quero dinheiro”, pura e simplesmente; está mais para “eu mais ou menos quero dinheiro sob tais e tais condições”.

“Eu não iria querer que esse dinheiro viesse para mim por meio do sofrimento dos outros” — esse é o nosso self ético falando. “Na verdade, eu não preciso de tanto” — aqui é o nosso self humilde e modesto. “Quanto mais melhor” vem da nossa natureza gananciosa. “Eu quero trabalhar por ele” — nosso self obediente falando. “Se eu receber esse dinheiro, prometo usá-lo para fazer o bem” — nossa identidade idealista. “Não vai funcionar, de qualquer maneira” — nossa natureza cínica. “Não se engane” — o cético. “Vou suspender meu julgamento” — o cientista interno. “Não me importo de onde ele virá, desde que seja o suficiente” — nossa identidade amoral. “O dinheiro é maligno” — nossa natureza pia, espiritual. “Dinheiro é necessário!”- nossa natureza realista. “É bom!” — nossa identidade materialista.

Quando eu digo “dilema” da carta dos enamorados, não é apenas um dilema ligado a uma questão sentimental estritamente ligada a algum tipo de relacionamento, e sim, qualquer tipo de encruzilhada que testa a nossa moral e real vontade de ter ou fazer algo.

 

No filme “A Caixa” (The Box — 2009), Norma Lewis (Cameron Diaz) é uma professora casada com Arthur (James Marsden), um engenheiro que trabalha para a NASA. Eles têm um filho e levam uma vida tranquila no subúrbio. Um dia surge um misterioso homem, que lhes propõe a posse de uma caixa com um botão. Caso seu dono aperte o botão ele ficará milionário, mas ao mesmo tempo alguém desconhecido morrerá. Norma e Arthur têm 24 horas para decidir se ficarão ou não com a caixa. O que você faria?

 

Na carta acima do tarot Xul Solar, é uma das representações mais interessantes da carta dos enamorados, onde vemos o mesmo personagem e seus “lados” distintos, representados por um lado masculino e outro lado feminino (expansão e retração), como se estivessem em um ciclo de alternância de posições, reparem que ambas as partes, apesar de serem distintas fazem parte do mesmo individuo, e elas não poderão ocupar ao mesmo tempo o mesmo lugar. Qual dos lados o personagem central está dando mais atenção no momento? Esse é o grande dilema.

 

Existe em várias literaturas uma ideia de que existe na carta dos Enamorados uma escolha “certa” ou “natural” a ser feita, porém, eu prefiro interpretar como a única resposta correta aquilo que o personagem verdadeiramente deseja. Na carta acima o jovem representado pelo personagem masculino está em dúvida entre uma moça que parece ser “direita” com “costumes”, daquelas que diríamos “boa para casar”, e a outra escolha parece ser uma mulher mais promiscua, ligada a sensualidade ou a sexualidade casual, uma mulher “mundana” para uma aventura sem compromisso. Se imaginarmos que a escolha correta seria a mulher que segue os “bons costumes da época”, estamos apenas agindo da forma que uma moral cristã conservadora gostaria que agíssemos. Mas o momento de vida do personagem as vezes pede algo sem compromisso e livre, livre inclusive das amarras da sociedade. E mesmo que tenhamos um pensamento sobre as consequências dessa escolha, ambas as opções terão inevitavelmente consequências, seja a de uma mulher mais livre e incontrolável, seja a da mulher mais recatada, tudo terá alguma dose de dor e de beleza, (veremos no próximo dossiê sobre como lidar com as consequências de uma escolha, na carta do Carro).

A resposta para o dilema, não queira pensar que é simples, e nem imagine que é complexo. É natural em certo ponto da vida acharmos que temos experiência o bastante para sanar qualquer tipo de questão:

Homero era considerado o maior sábio da Grécia, profundo conhecedor das histórias e ensinamentos gregos, e por tanto, era um exímio “Solucionador” de enigmas e charadas:

Quando Homero se deliciava com os sons do mar genético, acolhedor e misterioso, deu conta que dois pescadores regressavam dele sem qualquer peixe nas redes. Quando se aproximaram, o sábio dos sábios, questionou-os sobre o porquê do fiasco da pescaria. Responderam: o que apanhámos deixámos, o que não apanhámos trouxemos. Homero sorriu de contentamento. Um enigma! Durante a sua longa vida tinha-os resolvido a todos e a sua fama de desenrolador de meadas enleadas e ocultas tinha chegado a recônditos lugares do mundo conhecido. Atirou-se a ele com a voracidade de jovem principiante. Pensou, repensou, voltou atrás e experimentou vários caminhos sinuosos e áridos. Rugosos e escorregadios. Relembrou enigmas e mistérios desvendados por si e por outros sábios. Gregos e bárbaros. Voltou a percorrer os sombrios caminhos da mente em sentido contrário. Mirando e remirando todos os becos e meandros do pensamento. Ao fim de um longo tempo, que lhe pareceu tão comprido como a sua longevidade terrena, desistiu e, humilhando-se até não mais poder, perguntou aos pescadores qual a resolução do enigma. Por breves instantes pensou que o enigma não era senão uma brincadeira de mau gosto e que a solução não poderia existir para além de Homero o velho que tudo adivinhava.

Os dois pescadores riram a bom rir e disseram: os piolhos. Os que apanhámos deitámos ao mar. Os que não apanhámos trouxemos conosco para terra.

O maior sábio que o mundo antigo conheceu estremeceu em convulsões revoltosas e borbulhantes e mesmo ali deixou os vivos e morreu.

Na história grega acima, mesmo o mais sábios dos homens até então, não conseguiu desvendar um enigma por mais simples que fosse, e essa indecisão, ou incompreensão, o fez morrer ali mesmo. Nunca um dilema será algo simples de se resolver, não importando o quão experiente ou resolvido seja o personagem da história, afinal, nossos desejos sempre entrarão em conflitos com as nossas diversas personalidades que querem coisas diferentes, por isso, a importância de saber ou conhecer os nossos desejos:

“Aquilo sobre o qual você tem alguma consciência, você tem algum controle. Aquilo que é real, mas você não tem consciência a respeito, te controla.”

Qual a saída então, para se resolver um Dilema como esse?

Segundo a Kaballah, o Arcano dos Enamorados poderia ser definido como a “Inteligência da Eliminação”, um conselho bem sugestivo, saber eliminar o que não nos serve e observarmos as nossas maiores vontades para inclinarmos na direção de nossos desejos.

 

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Fontes e Referências

Mágicka Visual — Jan Fries

Jung e o Tarô — Sallie Nichols

A Gaia Ciência — Friedrich Nietzsche

O Enigma dos Piolhos (Quinta cativa), por Vitor Gil Cardeira https://quintacativa.blogs.sapo.pt/61752.html#:~:text=Homero%2C o maior sábio da, enquanto não visitou a ilha.

Pedro de Santi: Pensar Positivo Resolve? (Casa do Saber);

O Tarô Cabalístico: Um Manual da Filosofia Mística — Robert Wang;

Obrigado Ingrid Pereira e Val Felix pela revisão do texto.

 

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